segunda-feira, 23 de setembro de 2013

António Ramos Rosa morreu hoje ao início da tarde.

«António Ramos Rosa, que ganhou o Prémio Pessoa em 1988, é um exemplo de entrega radical à escrita como talvez não haja outro na poesia portuguesa do século XX.»


E porque, de facto, as palavras são o bastião da comunicação e da escrita,
aqui fica um singela Homenagem na Rádio Cruzeiro.



Creio nas palavras

"Creio nas palavras
transparentes
que pertencem ao vento
ao sal
à latitude pura

Aqui
no meu reduto
entre ramos de ar
entre a cintilante indolência da água
creio no que nos une
em ondas vagas
apaixonadamente lentas

Aqui
eu pertenço
ao centro da nudez
como uma gota de água
ao rés do solo
na sua imediata e nua felicidade."


(António Ramos Rosa)



JG

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