O cenário, desta vez, é diferente. Em vez de ter as bancada do já destruído estádio de Alvalade, é o Tejo que servirá de fundo, no Estádio do Restelo, à segunda edição do Festival Portugal ao Vivo que toma de assalto Lisboa este fim de semana.
Este concerto, que se pretende uma celebração da música nacional, decidiu ter um figurino diferente do original, e em vez de uma maratona de bandas, a festa divide-se por dois dias, cabendo o primeiro às novidades e o segundo aos consagrados, a maior parte deles repetentes no evento. Na edição deste fim de semana sobem ao palco, à época do primeiro concerto, hoje já consagradas estrelas do panorama nacional. O Portugal ao Vivo marca também o regresso dos grandes festivais ao coração da capital, prometendo agrupar no mesmo relvado quer nostálgicos quer apreciadores do que de melhor se faz na música em Portugal.
A primeira noite começa sexta-feira, quando forem 19h00, com Miguel Araújo a ter a tarefa de aquecer os corpos e as almas que se deslocarem ao Restelo. Pouco mais de uma hora depois são os Wraygunn que de Coimbra se empenharam em fazer a festa continuar, muito devido ao seu mentor, Paulo Furtado, nome já consagrado no panorama internacional da música. Às 21h30 chega a vez dos Deolinda, nome forte da contestação, que não vão deixar passar a oportunidade de tocar "que parva que sou" neste ambiente. Ana Bacalhau, a vocalista, tinha 14 anos quando viu na televisão a edição original do festival. Com mais carisma e uma verdadeira legião de admiradores que os seguem fielmente, quando forem 23h00 horas, mais minuto menos minuto, chegam de Alcobaça os The Gift, com Sónia Tavares a mostrar grande forma depois de ter sido mãe. Cabe ao senhor do Norte, Pedro Abrunhosa, quando soar a meia-noite e meia, subir ao palco e fechar com chave de ouro o primeiro dia.
Geração de 80
No sábado, os consagrados tomam conta do palco. Os recém-reunidos Sétima Legião abrem as hostilidades às 19h00, recuperando "Sete Mares" e um sem fim de sucessos que preenchem o imaginário da geração nascida no fim dos anos 70 e no princípio dos anos 80. Abrem caminho para os Madredeus, sem Teresa Salgueiro, mas com sucessos e com vontade de se reafirmarem no panorama internacional. Os GNR são os senhores que se seguem, e que, sem terem estado na edição original, não se esquecem que foram os primeiros de todos a encher o estádio de Alvalade, considerando-se, ainda agora, os verdadeiros percursores das enchentes de grupos nacionais em estádios de futebol. Antes do fim estão agendados os Resistência, também eles recém-reunidos e responsáveis por um dos grandes fenómenos de massas na música nacional. Impossibilitados de reunir toda a gente em palco, prometem fazer com que no Restelo se regresse ao passado, embalados por temos como "Selvagem", "A Noite" ou "Não sou o único".
O fim da festa está reservado para aqueles que são o expoente máximo da música nacional, transversais a várias gerações e que na edição original chocaram os costumes em vigor na época. Os Xutos&Pontapés encerram a festa, sem haver a certeza se repetem a graça de levarem strippers e bonecas insufláveis para o palco, quando tocarem o tema "Sexo" que tantas mentalidades chocou já lá vão 20 anos. O alinhamento é desconhecido, mas convém não esquecer o peso histórico da participação na primeira edição e o facto de pisarem o mesmo palco onde celebraram, perante casa cheia, as 30 velas em cima do bolo de aniversário. Este fim de semana promete-se reescrever a história da música nacional, de novo, no Estádio do Restelo no coração da capital.
Os bilhetes custam 30 euros para cada um dos dias, 45 para as duas noites do festival.
JG
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