A Sociedade Philarmónica Odivellense tem a sua certidão de nascimento datada de 28 de Junho de 1863, de acordo com a ata da 1ª reunião de Assembleia de Sócios que aprova "...por unanimidade...", os Estatutos que, a partir daí, lhe vão dar corpo e personalidade jurídica.
A sua criação foi pioneira naquele que haveria de vir a ser o Concelho de Loures e pelos muitos testemunhos deixados pelos homens que estiveram na génese desta Sociedade e dos seus seguidores, é possível hoje vislumbrar a emergência da vontade de criar cultura e a perseverança, dia após dia, anos após ano, em continuar alimentar e a impulsionar tão importante legado cultural.A trave mestra da Sociedade Musical Odivelense, foi sempre, ao longo destes cento e cinquenta e um anos de vida, a criação de um espaço onde a prática e a fruição da cultura musical fossem realidade.
A História da Sociedade Musical Odivelense estará, para sempre, ligada a uma figura inconternável, que pelo seu "messianismo" a tornou possível: António Maria Bravo, sem esquecer muitos outros, também determinantes para que o sonho fosse possível. Ao longo do tempo, a vida S.M.O. cruza-se com a vida da própria localidade.
Os concertos da Banda eram acontecimentos de rua, ansiosamente esperados e que tinham lugar em locais privilegiados, como o Largo Don Dinis, onde em 1913 foi construído pela Sociedade Musical Odivelense, que contou para o efeito com a ajuda de muitos populares o Coreto que ainda hoje lá está. Por influência do Movimento Odivelas No Coração e anuência da Junta de Freguesia de Odivelas, voltou na última época natalícia a estar iluminado e decorado, num retorno às origens da cultura odivelense que importa preservar e continuar, faltando apenas a atuação da Banda nesse período e naquele local, para que o brilho da memória seja completo.
Ao longo dos tempos a S.M.O. teve sede em vários locais. Só após sessenta e oito anos decorridos em relação à sua data de constituição é que a Sociedade Musical Odivelense passa a dispor de um espaço próprio, na Travessa da Mina, hoje Rua Maria Gomes da Silva Santos, em pleno núcleo antigo da cidade. Em 1947 o imóvel sofre obras de remodelação e passa a contar ccom um segundo piso.
A Banda sempre foi a pedra basilar da obra da S.M.O. Foi a precursora de outras propostas culturais, das quais se destaca o Teatro, com atividade desde 1894 e nos últimos dias de regresso ao seu melhor nível.
Nos anos vinte do século passado deu-se início ás projeções de películas cinematrográficas, que conduziria ao aparecimento do primeiro cinema de Odivelas. Em 1939 inaugurou-se a primeira Biblioteca de Odivelas, que abriu janelas para o Mundo, proporcionando aos odivelenses o acesso a outras dimensões de cultura.
Nos dias de hoje, a Sociedade Musical Odivelense dispõe de uma sede que foi totalmente renovada com o apoio da Câmara Municipal de Odivelas e abraça novas atividades, como o Ballet, "Conversas Com Sentido", "Conversas Com Rosto", a Escola de Teatro e de Música, que incorpora todos os instrumentos de sopro e percursão e a família de cordas.
No que de mais perto nos diz respeito, registamos a disponibilidade com que a S.M.O recebeu a RÁDIO CRUZEIRO, em 1987, para a realização ao vivo do programa "Castelo Encantado", um infantil virado para a formação e dinâmica cultural dos mais pequenos, que a Fátima Rodrigues realizava aos domingos de manhã e fazia acordar miúdos e graúdos fizesse chuva ou sol e também a boa decisão de albergar no seu espaço as "Conversas Com Princípio e Fim", uma série de tertúlias sobre os mais variados temas, dinamizadas por Carlos Moura e que a RÁDIO CRUZEIRO retransmite.
Sempre fiel aos princípios e objetivos definidos por ocasião da sua fundação, a S.M.O. cumpre o espírito que presidiu à sua fundação.
Aos 151 anos de cultura a marcar o tempo, a RÁDIO CRUZEIRO reconhece o esforço de quantos e são muitos e bons, contribuem para manter viva a S.M.O.
As nossas felicitações e o nosso agradecimento. Também é graças à S.M.O. que o concelho de Odivelas é o quinto melhor do País, no que diz respeito à oferta cultural disponibilizada. Ainda, um dia destes, conseguiremos chegar mais longe. Mesmo 151 anos depois, vontade não vos falta! Bem hajam!
LFS
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