sábado, 28 de junho de 2014

A SOCIEDADE MUSICAL ODIVELENSE FAZ HOJE 151 ANOS

A Sociedade Philarmónica Odivellense tem a sua certidão de nascimento datada de 28 de Junho de 1863, de acordo com a ata da 1ª reunião de Assembleia de Sócios que aprova "...por unanimidade...", os Estatutos que, a partir daí, lhe vão dar corpo e personalidade jurídica.

A sua criação foi pioneira naquele que haveria de vir a ser o Concelho de Loures e pelos muitos testemunhos deixados pelos homens que estiveram na génese desta Sociedade e dos seus seguidores, é possível hoje vislumbrar a emergência da vontade de criar cultura e a perseverança, dia após dia, anos após ano, em continuar alimentar e a impulsionar tão importante legado cultural.

As mutações ao longo da vida da mais antiga coletividade do Concelho de Odivelas foram várias. Despontando como Sociedade Philarmónica Odivellense em 1863, surge em 1898 como Sociedade União 29 de Junho, para em 1903 adotar a designação de Sociedade Musical Odivelense - Banda dos Bombeiros Voluntários de Odivelas, adquirindo o nome que ainda hoje possui, Sociedade Musical Odivelense, apenas em 1952.

A trave mestra da Sociedade Musical Odivelense, foi sempre, ao longo destes cento e cinquenta e um anos de vida, a criação de um espaço onde a prática e a fruição da cultura musical fossem realidade.

A História da Sociedade Musical Odivelense estará, para sempre, ligada a uma figura inconternável, que pelo seu "messianismo" a tornou possível: António Maria Bravo, sem esquecer muitos outros, também determinantes para que o sonho fosse possível. Ao longo do tempo, a vida S.M.O. cruza-se com a vida da própria localidade.

Os concertos da Banda eram acontecimentos de rua, ansiosamente esperados e que tinham lugar em locais privilegiados, como o Largo Don Dinis, onde em 1913 foi construído pela Sociedade Musical Odivelense, que contou para o efeito com a ajuda de muitos populares o Coreto que ainda hoje lá está. Por influência do Movimento Odivelas No Coração e anuência da Junta de Freguesia de Odivelas, voltou na última época natalícia a estar iluminado e decorado, num retorno às origens da cultura odivelense que importa preservar e continuar, faltando apenas a atuação da Banda nesse período e naquele local, para que o brilho da memória seja completo.

Ao longo dos tempos a S.M.O. teve sede em vários locais. Só após sessenta e oito anos decorridos em relação à sua data de constituição é que a Sociedade Musical Odivelense passa a dispor de um espaço próprio, na Travessa da Mina, hoje Rua Maria Gomes da Silva Santos, em pleno núcleo antigo da cidade. Em 1947 o imóvel sofre obras de remodelação e passa a contar ccom um segundo piso.

A Banda sempre foi a pedra basilar da obra da S.M.O. Foi a precursora de outras propostas culturais, das quais se destaca o Teatro, com atividade desde 1894 e nos últimos dias de regresso ao seu melhor nível.

Nos anos vinte do século passado deu-se início ás projeções  de películas cinematrográficas, que conduziria ao aparecimento do primeiro cinema de Odivelas. Em 1939 inaugurou-se a primeira Biblioteca de Odivelas, que abriu janelas para o Mundo, proporcionando aos odivelenses o acesso a outras dimensões de cultura.

Nos dias de hoje, a Sociedade Musical Odivelense dispõe de uma sede que foi totalmente renovada com o apoio da Câmara Municipal de Odivelas e abraça novas atividades, como o Ballet, "Conversas Com Sentido", "Conversas Com Rosto", a Escola de Teatro e de Música, que incorpora todos os instrumentos de sopro e percursão e a família de cordas.

No que de mais perto nos diz respeito, registamos a disponibilidade com que a S.M.O recebeu a RÁDIO CRUZEIRO, em 1987, para a realização ao vivo do programa "Castelo Encantado", um infantil virado para a formação e dinâmica cultural dos mais pequenos, que a Fátima Rodrigues realizava aos domingos de manhã e fazia acordar miúdos e graúdos fizesse chuva ou sol e também a boa decisão de albergar no seu espaço as "Conversas Com Princípio e Fim", uma série de tertúlias sobre os mais variados temas, dinamizadas por Carlos Moura e que a RÁDIO CRUZEIRO retransmite.

Sempre fiel aos princípios e objetivos definidos por ocasião da sua fundação, a S.M.O. cumpre o espírito que presidiu à sua fundação.

Aos 151 anos de cultura a marcar o tempo, a RÁDIO CRUZEIRO reconhece o esforço de quantos e são muitos e bons, contribuem para manter viva a S.M.O.
As nossas felicitações e o nosso agradecimento. Também é graças à S.M.O. que o concelho de Odivelas é o quinto melhor do País, no que diz respeito à oferta cultural disponibilizada. Ainda, um dia destes, conseguiremos chegar mais longe. Mesmo 151 anos depois, vontade não vos falta! Bem hajam!

LFS







0 comentários:

Enviar um comentário