NA HORA DO "ADEUS"
Existem muitas formas da "hora do adeus"! Ninguém ou quase ninguém é verdadeiramente genuíno nesse espaço emocional, porque a genuinidade não combina com a perturbação do "Adeus".
Não há, por muito que se diga, não há como haver "Adeus", sem que haja uma mudança exterior e interior, quer seja ela imposta quer seja fruto de uma ponderada e demorada escolha e até de algum ato de crueldade!
Nessa crueldade de um "Adeus" forçado, poucos podem avaliar um coração, um sonho e por vezes uma vida, estraçalhados, beliscados e também livres!
Neste paradoxo entre a liberdade e a dor, forçam-se sorrisos encenam-se gestos, as mãos tocam-se os abraços surgem… Quando há oportunidade para tanto!
Na hora do "Adeus", as lágrimas soltam-se ou simplesmente bailam… Haverá forma de um "adeus" feliz?! Mesmo quando se escolha partir, mudar, virar a página, para a frente é que é o caminho !?... Não será então, esse o "adeus ideal e libertador?!
Um novo começo, um descobrir… enfim um novo viver e até renascer?!
Parece fácil! Porém a conotação negativa da palavra "adeus" persiste e sente-se até à medula. Persiste no pragmatismo que acarreta. Poucos a questionam a não ser os diretamente "adeusados", ou melhor envolvidos.
Uma porta que se fecha abrem-se janelas de par em par… frases feitas e repetidas que caem no vazio do conformismo ou desânimo aprendido de quem embora seja o "adeus " o caminho, sente a dúvida, o laço, o tempo e o sentir a corroer-lhe a alma.
A ansiedade da mudança nem sempre vem acompanhada de uma sensação colorida de esperança e poder.
Persiste a incerteza na certeza, mesmo quando se sabe ou julgo saber que há que partir antes que seja tarde!
O "Adeus", esse momento atormentado é por si só complexo!
O mundo está repleto de "adeuses" inacabados!
Que hajam sorrisos de esperança em cada novo "adeus"!
Fernanda Pina
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