terça-feira, 25 de novembro de 2014

CHEIAS DE 1967: PASSAM HOJE 47 ANOS SOBRE A NOITE TRÁGICA

A noite de 25 para 26 de novembro, faz hoje 47 anos, trouxe a tragédia , o sofrimento e a morte à região da bacia hidrográfica do Tejo.

A precipitação intensa e concentrada em apenas cinco horas, entre as 19 e as 24 horas, rapidamente inundou as zonas baixas de Lisboa, Loures, Odivelas, Vila Franca de Xira e Alenquer. Registaram-se durante aquele período 111 mm de precipitação, um quinto do total médio anual registado em Lisboa durante um ano.

Dizem os registos da época, autorizados pela censura do Regime de então, que morreram 462 pessoas e mais de 1.100 ficaram desalojadas ou foram afetadas. Hoje sabe-se que os números da tragédia foram na realidade muito superiores.

Depois de uma noite de choro, angústia e desespero, o dia seguinte amanheceu confirmando a incapacidade das estruturas oficias para prestar apoio às gentes afetadas. Valeu a sociedade cívil, que para tal se mobilizou. Durante cerca de um mês o quartel dos Bombeiros Voluntários de Odivelas foi a casa de muitos dos desalojados, onde comiam, pernoitavam e choravam os familiares que não se conseguiram salvar.

A tragédia resultou de uma cheia anormal que foi amplificada por vários fatores, desde logo, as condições de miséria em que se vivia à volta de Lisboa, as vastas zonas intensamente urbanizadas e impermeabilizadas, a destruição da cobertura vegetal a a limpeza dos rios e ribeiras que não era feita.

As Cheias de 1967 são o tema do próximo "Espaço Entrevista", que pode ouvir no próximo sábado a partir das 16.00 na RÁDIO CRUZEIRO. A evocação da data contou com a participação da Dr.ª Maria Máxima Vaz, Professora e Investigadora e Guilherme Esteves, à época Ajudante do Comando nos Bombeiros Voluntários de Odivelas.

47 anos depois fica a dúvida se teremos aprendido toda a lição que da Natureza, mas fica também uma pergunta. Para quando a justa homenagem às vítimas e o reconhecimento a quem, desinteressadamente, salvou quantos pôde salvar?

LFS

0 comentários:

Enviar um comentário