quinta-feira, 6 de novembro de 2014

OPINIÃO CRUZEIRO: OS BASTIDORES DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

OS BASTIDORES DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


Este inesgotável tema, objeto de debates sem fim, de inúmeras análises multidisciplinares e ações de sensibilização em diversas vertentes, infelizmente persiste na sua vileza de problema social e crime público.


Os números aumentam as estatísticas conferem. Em 2013, 33 mulheres morrem vítimas de violência doméstica, elevando para 400 o numero em apenas 10 anos!Contudo é de referir que 15% das vítimas em Portugal, denunciadas, são homens.


Segundo Daniel Cotrim da APAV "é urgente rever a lei contra a violência doméstica, contudo o mais importante, é o trabalho que falta fazer para a cidadania e o respeito pelo outro".


Avaliar as verdadeiras causas que estão por detrás do problema! A frieza masculina a ponto de matar mulher, ex-mulher e por vezes até filhos assusta e muito.


O conflito e em muitos casos a ausência dele (a chamada guerra silenciosa), potenciam-se em espaços fechados do ambiente doméstico. Assim dentro de casa sempre aconteceu, mas escondida! Maioritariamente o homem o agressor e a mulher a vítima tendo os filhos como salvadores. O agressor exerce o poder sobre alguém alegadamente mais fraco.


Reflita-se pois que o agressor não pode ser tratado como um doente mental! Mas sim como um criminoso, em que toda a sociedade deverá estar alerta e pronta a denunciar por se tratar de um crime público.


Moita Flores, diz-nos que o papel das crianças nestes processos levam a que muitas vezes sejam os próprios filhos a salvar as mães, com as consequências nefastas para o seu desenvolvimento e crescimento pessoal que modela não raramente toda uma vida. Para o mundo destas crianças há qualquer coisa irreversível! O mundo das expectativas de afeto e modelagem que não se resolve e marca!


Apesar de toda a informação sobre esta matéria escasseiam as redes de apoio com a inclusão das escolas que tem um papel preponderante. Falta um apoio estruturado e multidisciplinar envolvendo várias entidades.


O comportamento pode trabalhado de forma continuada, alterando o perfil do agressor caraterizado pela grande dificuldade em dominar os impulsos e lidar mal com a frustração.


As vítimas sabem verdadeiramente dos seus direitos ou simplesmente cortam com os laços e escondem-se?!. Há mulheres que vivem no risco de vida porque já foram vitimas de tentativas de homicídio mais que uma vez!


Que a prevenção não se quede em distribuição de folhetos e sensibilizações onde os intervenientes principais não participam por receio ou vergonha!


Fernanda Pina




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