sábado, 15 de novembro de 2014

OPINIÃO CRUZEIRO

Surto de Legionella

Um surto de Legionella atacou o Concelho de Vila Franca de Xira tendo as freguesias de Forte da Casa, Póvoa de Sta Iria e Vialonga sido as localidades mais atingidas.
Mais de trezentas pessoas infectadas e sete mortes são os números trágicos desta epidemia.
Os Hospitais civís da área deram uma resposta cabal a esta situação anormal.

A Legionella é a bactéria responsável pela doença do legionário que consiste numa grave pneumonia bacteriana. 
Infelizmente não existe até ao momento vacinação para combater este fenómeno.
Esta bactéria desenvolve-se em lagos ou rios, em sistemas artificiais de água, em determinados duches, ar condicionados, humidificadores e fontes decorativas num ambiente favorável de colonização entre os 20ºC e os 43ºC.
A Legionella transmite-se por inalação de goticulas de água e não é transmitida de pessoa para pessoa ou pela ingestão de água, tem um periodo de incubação de 2 a 10 dias e afecta mais o sexo masculino acima dos 50 anos, fumadores, alcoólicos, pessoas debilitadas ou doentes crónicos com o sistema imúnitário deficiente.
Apesar da bacteria não ser transmitida pela ingestão de água, a população foi aconselhada a não beber água da rede e a ferver a água para cozinhar.
Este é um problema de saúde pública complicado em que a origem tem de ser determinada para que a bactéria possa ser combatida e irradicada.
Numa zona fortemente industrializada e com alguns factores que combinaram na perfeição, deste modo criou-se um cenário de excepção para que esta bactéria se desenvolvesse e deixasse um rasto de medo e morte na população por onde passou.

Os responsáveis pelo Concelho de Vila Fraca de Xira de imediato actuaram, tomando medidas preventivas e em sintonia com os Ministérios do Ambiente e da Saúde, minimizando os riscos de exposição à população em geral: Fechando fábricas, piscinas, pavilhões, etc.
Apesar de não ter tido impacto no desporto em geral, saúdo as medidas preventivas tomadas pelas autoridades competentes.
Finalmente alguma coisa em Portugal funcionou com a celeridade que se exigia.

Saúdo também as medidas preventivas tomadas pela AFL e pelo seu Presidente, Dr. Nuno Lobo, que sugeriu aos Clubes que residem na zona do foco bacteriano a troca da ordem dos jogos do fim de semana sempre que possível, ou, em último caso, o adiamento dos jogos para uma data a combinar, evitando assim banhos de duche e a consequente inalação de gotículas de água  pelos atletas.
De referir que alguns Clubes tiveram o bom senso de interromper alguns treinos semanais ou de proibirem que os seus atletas tomassem duche após os mesmos nas suas instalações reduzindo possíveis riscos de contágio.
São medidas desta natureza que credibilizam os nossos dirigentes desportivos, deixando os pais e os encarregados de educação dos atletas mais descansados.

O bom senso imperou e o surto foi controlado.
Boa actuação!

vitor cacito

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