OPINIÃO CRUZEIRO

Dependência

Presentemente assistimos a um fenomeno recente no desporto e em particular no futebol em que os Clubes estão completamente dependentes ou diria mesmo reféns dos pais.

O facto de os pais pagarem ou comparticiparem com uma menslidade na formação do seus filhos, cria um braço de força entre estes e o Clube que os acolhe.

É bem verdade que este recente fenomeno dá azo a que os pais tomem medidas avulsas e egoistas, não tendo qualquer tipo de consideração pelo equipa, treinador e em última instância pelo Clube que conta com a prestação.

Se o seu filho não joga, ou se não é titular ou se não joga o suficiente, claro segundo  prespetiva dos pais, simplesmente mudam de Clube.

Deste modo colocam o rendimento da equipa e os compromissos ou objectivos do Clube em causa.

Por vezes esta situação toma proporções extremas com o arrastamento de outros pais colocando o Clube em sérias dificuldades.

Será que esta é a atitude correta?

Penso que não.

Respeito a opinião dos outros mas acho que não é a melhor solução virando as costas aos problemas.

Será que esta é a melhor atitude para os seus filhos?

Estaram  a preparar os filhos desta forma para o futuro abdicando de lutar por um lugar na equipa, na vida?

Penso que não.

Este tipo de comportamentos deixa cada vez mais os clubes reféns e à mercê de terceiros.

No final das épocas desportivas assiste-se  uma debandada de atletas que voam de Clube em Clube à procura de novas oportunidades ou de uma ilusão, como as abelhas a poisar de flôr em flôr.

Infelizmente constatamos  um desenraizamento e identificação com o clube da sua terra, das suas origens ou simplesmente do clube que o acolheu.

Já pensaram que os vossos filhos criaram amizades e com este tipo de situações tudo se altera.

Quebram-se laços e amarras fundamentais para a formação de uma criança ou adolescente para toda a vida.

Será este o caminho?

Penso que não.

Porventura pararam um segundo e perguntaram a opinião ao vosso filho para uma alteração tão drástica na sua vida?

Existem pais tão obcecados em viver a vida dos seus filhos e a viver os seus sonhos não realizados, que não ouvem nada nem ninguém ao seu redor.

Esta situação está a tornar-se insustentável.

Que futuro para o futebol de formação?

Iremos assistir a uma época de futebol mercenário?

Espero bem que não, em nome do Futebol e de todos os valores que o desporto incute no percurso de formação de um jovem e que se pretende equilibrado e preparado para a  vida ativa.

Deixem os vossos filhos conviver com o sucesso e com o insucesso, tudo faz parte da vida, a derrota, o empate e a vitória.

Durante o percurso da nossa vida muitas vão ser as contrariedades e os problemas a superar.

Gostava que refletissem sobre este problema e que o vissem de outro prisma abdicando do EU a favor do coletivo.

Sejam felizes por favor. 

vitor cacito