Em Nota de Imprensa enviada à RÁDIO CRUZEIRO a Câmara Municipal de Odivelas manifesta o seu profundo pesar pela morte do Almirante Vítor Crespo, "capitão de Abril" e um dos protagonistas da mais importante data histórica da democracia portuguesa: o 25 de abril de 1974.
Vítor Manuel Trigueiros Crespo (1932-2014) foi um dos homens da Revolução de Abril, membro do primeiro Conselho de Estado e Alto-Comissário para Moçambique no período que antecedeu a independência daquele país a 25 de junho de 1975.
Sobre o Almirante Vitor Crespo, escreveu o Coronel Vasco Lourenço, que "Vítor Crespo foi um militar de Abril de todas as horas, um dos principais dirigentes da Marinha no Movimento das Forças Armadas, integrando a equipa do Posto de Comando da Pontinha, nas operações militares do 25 de Abril". Foi o sócio fundador nº2 da Associação 25 de Abril.
Vítor Crespo foi também ministro da Cooperação do VI Governo Provisório de Setembro de 1975 a Julho de 1976, era então, primeiro-ministro o Almirante Pinheiro de Azevedo.
Otelo Saraiva de Carvalho, no livro «O dia inicial» escreveu sobre Vitor Crespo, seu companheiro dos dias e das noites da Pontinha:
«Vítor Crespo (capitão-tenente da Armada)
Elemento central da Armada na ligação com o MFA. No 25 de Abril, foi o representante da Marinha no Posto de Comando da Pontinha e esteve em ligação permanente com Almada Contreiras, no centro de comunicações da Armada no Terreiro do Paço, tentando impedir a manifestação de qualquer atitude hostil por parte das forças da Marinha (caso da fragata Almirante Gago Coutinho) e incitando os camaradas da Armada a uma participação ativa na operação. Em Setembro de 1974 foi nomeado por Spínola Alto-Comissário em Moçambique, funções em que se manteve até à independência. Foi ministro da Cooperação e membro do Conselho da Revolução até à sua extinção.»
Vítor Crespo foi presença permanente no núcleo museológico do Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas, no Regimento de Engenharia Nº1, na Pontinha, onde explicoua Revolução dos Cravos a centenas de visitantes, na sua maioria alunos do ensino preparatório e secundário de Odivelas e de escolas de outras geografias nacionais.Vasco Lourenço concluí que "com o seu falecimento, Portugal perde um dos seus melhores cidadãos, a Associação 25 de Abril fica bastante mais pobre e, pessoalmente, vejo partir um dos meus melhores amigos".
Odivelas também perde um Homem ímpar. Mas recebe muito da sua herança como Português, Cidadão e Amigo.
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